Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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29 de outubro de 2010

Pequena fábula de Diamantina



Tendo herdado a casa do avô na cidade distante, para lá mudou-se com toda família, contente de retomar o contato com suas origens. Em poucos dias, já trocava dedos de prosa com o farmacêutico, o tabelião, o juiz. E por eles ficou sabendo, entre uma conversa e outra, que as casas daquela região eram construídas com areia de aluvião, onde não raro se encontravam pequenos diamantes.
A notícia incrustou-se em sua mente. Olhava os garimpeiros que à beira de rios e córregos ondulavam suas bateias, olhava os meninos que cavucavam os montes de areia já explorada onde, ainda assim, talvez fosse possível descobrir o brilho amarelado de pedra bruta. Ouvia as estórias de fantásticos achados.
Por fim, uma tarde, alegando cansaço após o almoço farto, trancou-se no quarto e, afastando o armário, começou com a ajuda de uma faca a raspar a parede por trás deste. Raspava, examinava a cavidade, os resíduos que tinha na mão e que cuidadoso despejava num saco de papel. E recomeçava. Assim, durante mais de hora. Assim, a partir daí, todas as tardes.
Já estava quase transparente a parede atrás do armário, e ele se preparava para agir atrás da cômoda quando, tendo esquecido de trancar a porta, foi surpreendido pela mulher. Outro remédio não teve senão explicar-lhe o porquê de sua estranha atividade. Ao que ela, armada por sua vez de faca e reclamando posse territorial, partiu para a parede da despensa. Onde, dali a pouco, foi descoberta pela empregada. A qual reivindicou direito às paredes da cozinha. Tão evidentes, que rapidamente as crianças perceberam, atacando cada uma lado do corredor.
De dia e de noite, raspam e raspam os familiares, álacres como ratos, abrindo vãos, esburacando entre as estruturas, roendo com suas facas na procura cada vez mais excitada. Abre-se aos poucos a casa descarnada, recortadas em renda suas paredes. Geme o telhado, cedem as estruturas. Até que tudo vem abaixo numa grande nuvem de pó.
Agora com as unhas, raspam os familiares o monte de entulho. Quem sabe, sob os escombros espera, escondido, o diamante.
(Marina Colasanti)

http://maps.google.com.br/

VOCABULÁRIO
álacre – alegre, jovial
areia de aluvião – areia depositada pelas águas dos rios ou chuvas
incrustar-se – imbutir, inserir
bateia – vasilha de madeira usada para lavrar cascalho onde existe diamante
alegar – dizer alguma coisa como desculpa
reivindicar – exigir, reclamar
estrutura – parte que sustenta o peso de uma construção
escombro – entulho, destroços de demolição, ruína


1- NUMERE AS FRASES CLASSIFICANDO-AS QUANTO À IDÉIA:
(1) ideia de causa
(2) ideia de consequência
(_) Tendo herdado a casa do avô numa cidade distante.
(_) Para lá mudou-se com toda a família.


2- NUMERE AS COLUNAS DE ACORDO COM O LUGAR EM QUE AS PERSONAGENS RASPAVAM
(1) o marido
(2) a esposa
(3) a empregada
(4) as crianças
(_) Reivindicou as paredes da cozinha.
(_) Trancou-se no quarto para raspar as paredes.
(_) Reivindicou as paredes da despensa.
(_) Alegou cansaço e foi raspar as paredes escondido.
(_) Quis uma das paredes do corredor.


3- COMPLETE COM (V) PARA VERDADEIRO OU COM (F) PARA FALSO:
(_) As histórias que ajudaram a reforçar a ambição do homem eram reais.
(_) Naquela região, realmente aconteceram fantásticos achados.
(_) A empregada surpreendeu o homem raspando as paredes do quarto.
(_) O meninos cavucavam os montes de areia em busca de diamantes.
(_) O homem mudou-se para Diamantina pensando em enriquecer facilmente.
(_) Os moradores da casa não usaram ferramentas apropriadas na caça aos diamantes.
(_) Os meninos trabalhavam em igualdade de condições aos garimpeiros.
(_) O marido explicou espontaneamente à esposa o porquê de sua atividade.


4- INDIQUE O CERTO COM UM X
O texto lido é uma narrativa na qual o narrador:
(_) É apenas um observador dos fatos que nos contam o que aconteceu.
(_) O narrador participa dos acontecimentos como uma personagem.


5- O narrador comparou as personagens a ratos, essa comparação transmite à frase um significado:
(_) positivo
(_) negativo


6- O estado de espírito do homem quando se mudou para a cidadezinha era:
(_) contente
(_) infeliz
(_) indiferente
(_) irritado
(_) ganancioso


7- A notícia incrustou-se em sua mente. A notícia era
(_) Que a casa do avô tinha diamantes nas paredes.
(_) Que herdara a casa de seu avô.
(_) Que as casa da região tinham paredes construídas com areias de aluvião.
(_) Que muitas pessoas encontraram diamantes nas paredes de suas casa.


8- Ele observou dois fatos que reforçaram o conteúdo da notícia. Quais?
(_) Pessoas que raspavam as paredes de suas casas e o hábito de descansar após o almoço.
(_) As unhas das pessoas estava sempre gastas e havia muitos sacos de papel espalhados pelas ruas.
(_) O farmacêutico, e o juiz trocavam dedos de prosa sobre o assunto e as histórias de achados fantásticos.
(_) O trabalho dos garimpeiros e a atividade dos meninos.


9- O sentimento que tomou conta das pessoas foi de
(_) covardia
(_) medo
(_) preguiça
(_) ambição
(_) ódio


10- CLASSIFIQUE O PREDICADO EM:
(1) verbal
(2) nominal
(3) verbo-nominal
(_) Considero você inteligente.
(_) O homem herdou a casa do avô.
(_) As casas eram construídas com areia de aluvião.
(_) A mulher raspou contente as paredes.
(_) As paredes já estavam quase totalmente transparentes.


11- CLASSIFIQUE O PREDICATIVO SENDO:
(1) predicativo do sujeito
(2) predicativo do objeto
(_) Ficamos preocupados com as paredes da casa.
(_) As paredes da casa nos deixaram preocupados.
(_) A fidelidade é necessária ao namoro.
(_) Os jovens consideram a fidelidade necessária.


12- ESCREVA A PALAVRA QUE É O PREDICATIVO DO SUJEITO OU O PREDICATIVO DO OBJETO
O homem ficou alegre quando viu seu emprego seguro.
Predicativo do sujeito: …...................................................
Predicativo do objeto: …...................................................
A mãe, orgulhosa, achou o filho lindo com aquele terno.
Predicativo do sujeito: …..................................................
Predicativo do objeto: …...................................................
Dizei-me se há alguém mais confusa do que eu.
Predicativo do sujeito: …..................................................
Predicativo do objeto: …...................................................


13- A QUE CLASSE GRAMATICAL PERTENCE A PALAVRA “CONFUSA” NA FRASE:
Dizei-me se há alguém mais confusa do que eu?”
…....................................................................................
Qual é o objeto direto de há? ….......................................
Qual o predicativo do sujeito? ….....................................


14- COMPLETE AS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS COM PRONOMES RELATIVOS:
Olhava para os garimpeiros ......... ondulavam suas bateias.
Aquela é a casa ......... paredes foram raspadas.
A casa ......... moravam ficava em Diamantina.
Foi uma casa herdada do avô ......... moraram até destruí-la.


15- LEIA A FRASE ABAIXO E RESPONDA:
Foi a casa que pedi para Papai Noel
Quantos verbos há? .........
Quantas orações? .........
Que palavra é o pronome relativo? .........
Que palavra é o termo antecedente do pronome relativo? .........


16- COMPLETE COM ONDE OU AONDE?
Eu gostaria de saber ......... vamos raspar hoje?
Sempre me perguntam ......... vim?
Ela foi logo cedo .........



17- DESENHE A CASA DOS SEUS SONHOS.

Quando trabalhei este texto, pedi aos alunos que desenhassem a planta da casa dos sonhos, sem pensar na atual condição financeira. Cada aluno mostrou e explicou a planta de sua casa dos sonhos. Foi surpreendente. Como os sonhos são tão divergentes. Surgiram plantas casas de muitos tipos: desde verdadeiros palacetes até casas de apenas sala, quarto e cozinha.


25 de outubro de 2010

O lagarto está chorando



O lagarto está chorando
A lagarta está chorando

O lagarto e a lagarta
Com aventaizinhos brancos

Hão perdido sem querer
Seu anel de casamento

Ai! Seu anelzinho de chumbo,
Ai, seu anelzinho chumbado

Um céu grande e sem gente
Monta em seu globo aos pássaros

O sol, capitão redondo
Leva um colete de raso

Olhai que velhos são!
Que velhos são os lagartos!

Ai como choram e choram,
Ai! Ai! Como estão chorando!


Frederico Garcia Lorca
(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)

18 de outubro de 2010

Betinho


"Um país não se muda pela sua economia, sua política e nem mesmo sua ciência; muda sim pela sua cultura."

HERBERT JOSÉ DE SOUZA, o Betinho
(1935-1997), sociólogo mineiro

8 de outubro de 2010

O antes e o depois


Desenho feito durante Oficinas de Formação Continuada para Professores na cidade de Altonia, PR

Leitura



O motivo deste post não é político, mas suas duas possíbilidades de leitura: os discursos feitos antes e depois da posse dos candidatos

POLÍTICOS ANTES DA POSSE

Nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

(Autor desconhecido)

DEPOIS DA POSSE:

Basta ler o texto de baixo para cima, frase a frase