Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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4 de outubro de 2006

O rato do campo e o rato da cidade

TEATRO

PERSONAGENS:

Rato do campo – vestir-se como caipira: sapatão, chapéu de palha, roupa velha – usar máscara ou pintura no rosto, orelhas e rabo de rato, cigarro de palha na orelha...
Rato da cidade – usar roupas e calçados finos, óculos de sol, gravata, gel nos cabelos...
Gato: Máscara ou pintura no rosto, orelhas e rabo de gato, gravata borboleta. Vestir-se de preto ou branco ou pintar uma camiseta velha como um gato rajado.
Unhas compridas de papel, ou luvas ...

Pintura no rosto
ou máscara
. Orelhas e rabos do gato e do rato

CENÁRIO:
Montar no palco duas casas, a do gato e a do rato.
Casa do rato
– Uma mesa simples. Sobre a mesa, milho, caneca de alumínio, caldeirão velho, moringa com água. Como fundo musical,.
Casa do Gato
_ Mesa com toalha nova, queijo, prato bonito, castiçal com vela, garrafa de shampagne, taças, bolo.


DESENVOLVIMENTO:

Gato – (Entra no palco Miando) – Miauuuuu, miauuuuu. Hoje é meu grande dia. Vou tirar a barriga da miséria. Fiquei sabendo que o Rato da Cidade convidou seu compadre Rato do Campo para um jantar à luz de velas. Vou pegar os dois. Vejam as minhas unhas: estão afiadíssimas (mostrar as unhas para o público). Miauuuuuu, vou me esconder. Com licença pessoal. (esconder-se atrás da mesa, ou cortina).

Rato da Cidade – (Entra no palco com ares de superioridade, vai para sua casa) _ Oh! Que saudade do meu compadre. Hoje vou lhe oferecer um jantar a luz de velas. Quero mostrar para ele como eu vivo na fartura. Isto sim é que é vida, não aquela da roça. Meu compadre é um bobo. Poderia muito bem viver no luxo, freqüentar festas, comer presunto e pão-de-ló todos os dias. Eu é que sou feliz, quer dizer, mais o menos feliz. (Pega um jornal cruza as pernas e fica lendo, enquanto isso...)

Rato do Campo – (Entra vagarosamente no palco e cantando, vai para sua casa): _ “Não há ó gente, ó não, luar como este do sertão”... É, pois é. Hoje vô visita meu cumpade Rato da Cidade. Ele mi cunvidô prum janta a luis de vela. Já ta na hora di ir.Quero vê cum meus próprio zói si é verdade u qui ele dis: Qui vivi num luxo danado, isso i aquilo outro, etc e tar. Inté vô leva uma ispiga de miio di presente. Bem, já to ino lá, qui vô dia pé. Num tenho dinhero mais sô feliz aqui nu sertão. (Vai para a casa do rato da cidade. Bate palmas) Ô di casa! Ô di casa!

Rato da Cidade – Entra compadre do campo. ( dois se abraçam)

Rato do Campo –Óia aqui cumpadi, um presente pro ocê. Miiu deste ano. Nossa, cumpadi, qui luxo, qui fartura. Quanta coisa linda i gostosa. Que belezura sô.

Gato –(O gato, sem aparecer mia ao longe)

Rato da Cidade – (Treme de medo)

Rato do Campo – (Treme de medo e diz) Que arripiu na ispinha e no bigodi. Que chero forte.

Rato da Cidade – Amigo, por favor, sente-se. (Acende a vela)

Gato –(O gato mia outra vez)

Rato da Cidade – (Esconde-se embaixo da mesa depois sai) Num é nada não compadre. Por favor sente-se, vamos continuar o jantar. ( Serve o champanhe) Os estão bebendo

Gato –(O gato mia mais alto)

Rato do Campo – (Esconde-se embaixo da mesa) Cuidado compadre!

Rato do Campo – (Esconde-se embaixo da mesa) O que é isso Cumpadre da Cidade? È o Demo?

Rato da Cidade – Não, Compadre do Campo. É o Gato, que mora aqui também. É preciso muito cuidado para não cair em suas garras. Ele é muito traiçoeiro. Você tem que ficar sempre atento. Cuidado, mas cuidado mesmo.

Gato – (O gato mia)

Rato do Campo – Qui que é isso? Isso lá é vida de rato? Sabi di uma coisa? Pra que te todo esse conforto, essa luxuria i essa fartura? Aqui num tem pais. Vô mimbora agora memo. Fique aí cum seu luxu i seus quituti. Isso tudu pode sê bunito, mais num mi servi.Adeus cumpadi, qui aqui num vorto nunca mais.

Rato da Cidade – Espera um pouco amigo, não terminamos nosso jantar a luz de vela!

Gato – (O gato vem se aproximando dos dois de mansinho)

Rato do Campo – Num terminamo nem vamo termina. Adeus. Sai correndo (Sai do palco)

Gato – Agarra o Rato da Cidade

Rato da Cidade – (Grita) _ Não pelo amor de Deus, Tenho esposa e filhos.

Gato – Arrasta o rato ( Os dois saem do palco)

TODOS VOLTAM AO PALCO, CURVAM-SE PARA OS APLAUSOS.
Fábula de Monteiro Lobato
Adaptação para teatro infantil- Terezinha Bordignon

2 comentários:

A humanidade é um oceano. Se algumas gotas estão sujas, isso não significa que ele todo ficará sujo. (Mahatma Gandhi)